quinta-feira, 26 de agosto de 2010

TEORIAS EVOLUCIONISTAS - CIÊNCIAS

1. Criacionismo e Evolucionismo
Uma das maneiras pelas quais se explicou a origem da adaptação dos seres vivos ao meio ambiente foi com a corrente denominada fixismo ou criacionismo.
Essa corrente sempre foi vinculada à visão religiosa de mundo: os seres vivos teriam sido criados por uma entidade divina (criacionismo) que os fez já adaptados ao ambiente; desde o início da vida, os seres vivos permaneceriam sem maiores alterações (o que justifica o termo “fixismo”, de fixo, imutável).
Com o tempo, os cientistas – geólogos, principalmente – começaram a notar que o planeta passou por muitas mudanças. Algumas alterações são lentas e outras, bastante bruscas. Por exemplo, na década de 1960 foi muito bem documentado o surgimento de uma ilha vulcânica na Islândia. Hoje, confirma-se uma hipótese já antiga de afastamento de massas continentais; Brasil e África, por exemplo, afastam-se alguns centímetros por ano.
Alguns naturalistas do século XIX começaram a elaborar hipóteses acerca da ocorrência de alterações também nos seres vivos ao longo do tempo. Trata-se da corrente de pensamento conhecida como evolucionismo ou transformismo, cuja visão central é a de evolução biológica - mecanismos através do quais os seres vivos se modificam ao longo do tempo.
As principais idéias evolucionistas foram propostas por dois grandes cientistas do século XIX, uma em 1809 e outra em 1859. Foram analisadas por contemporâneos e biólogos posteriores, foram refutadas ou revistas. No entanto, essas explicações constituem, atualmente, verdadeiros alicerces das ciências biológicas.

2. Lamarckismo
Um ousado cientista francês, Jean Baptiste Lamarck, publicou, em 1809,uma obra considerada pioneira em evolução biológica: Filosofia zoológica. Nessa obra, Lamarck defendia a idéia de que os seres vivos poderiam se modificar ao longo do tempo, a partir de necessidades geradas pelo ambiente.
Assim, por exemplo, coelhos ancestrais dos atuais poderiam ter tido orelhas curtas, apresentando necessidade de ouvir a aproximação de predadores. Isso determinaria por parte dos coelhos um esforço para ouvir melhor, movimentando freqüentemente as orelhas.
A partir daí podem ser enunciados dois fundamentos do lamarckismo:
2.1 Lei do Uso e Desuso: estruturas muito utilizada apresentam a tendência de se desenvolver e as menos utilizadas tendem a se atrofiar. As estruturas do coelho mais utilizadas seriam suas orelhas e patas traseiras (empregadas na fuga de predadores). No entanto, seus dentes caninos (típicos de animais carnívoros) seriam pouco ou nada empregados, pois eles apresentam dieta à base de plantas.

2.2 Lei da Herança dos Caracteres adquiridos: as mudanças do organismo (através de uso/desuso) seriam transmitidas aos descendentes. Assim, ao longo de várias gerações haveria um aumento gradual das orelhas e patas traseiras dos coelhos, enquanto seus dentes caninos terminariam por desaparecer.
Posteriormente, com o desenvolvimento da genética, foram esclarecidos os mecanismos de herança biológica e, efetivamente, não se dá a transmissão de características adquiridas durante a vida. Um exemplo: bebês não nascem com o lobo da orelha furado, apesar de suas mães (ou pais) terem realizado esse procedimento.

Resumo esquemático das idéias de Lamarck
Mudanças ambientais
Novas necessidades
Novos hábitos de vida
Mudanças no organismo
Transmissão das características adquiridas aos descendentes
Adaptação da espécie ao longo das gerações
Uso
Desuso
Desenvolvimento
Atrofia
3. Darwinismo
O pioneirismo de Lamarck não foi reconhecido pelos seus contemporâneos. No entanto, 50 anos depois da publicação de seu trabalho, um cientista inglês daria andamento ao desenvolvimento das idéias evolutivas: Charles Darwin.
Darwin não foi o que se poderia chamar de um estudante brilhante. Após uma vida escolar pontuada por poucos interesses, formou-se pastor da Igreja Anglicana. No entanto, durante sua permanência no seminário foi influenciado por professores, adquirindo gosto pelas ciências naturais. Aos 22 anos interessou-se em participar de uma expedição realizada pela Marinha inglesa, dando a volta ao redor do mundo. A expedição percorreu parte da América do Sul, sendo que Darwin encontrou, na Argentina, fósseis de animais semelhante a tatus. Posteriormente, a expedição passou algumas semanas no arquipélago de Galápagos, a aproximadamente mil quilômetros do Equador.
A viagem de Charles Darwin a bordo do navio Beagle (1831–1836)
Nessas ilhas, ficou intrigado com os jabutis gigantescos que ali viviam. Notou que havia tipos distintos de jabutis nas diferentes ilhas; os animais diferiam em relação ao formato do bico, das patas e no comprimento do pescoço. Deveria haver uma explicação para essas diferenças...
Nesse ponto, o ambiente teria um papel fundamental, selecionando os indivíduos mais aptos, permitindo sua sobrevivência e reprodução. A essa "escolha" dos mais aptos, Darwin denominou de seleção natural.
Após seu retorno à Inglaterra, Darwin passou a trabalhar com o material que obteve durante a expedição. Em 1859, publicou o livro A origem das espécies, que tratava de evolução biológica. Darwin relatou que para ele foi decisiva a leitura do trabalho de Malthus (Um ensaio sobre populações), o qual mostrava uma discrepância entre o crescimento da população humana (em progressão geométrica) e a produção alimentar (em progressão aritmética). Com isso, segundo Malthus, haveria uma grande luta pela sobrevivência diante da produção insuficiente de alimento.
O mecanismo evolutivo proposto por Darwin pode ser assim iniciado:
a) os seres de uma espécie apresentam tendência de gerar muitos indivíduos;
b) no entanto as populações naturais mantêm-se estáveis;
c) isso significa que apenas alguns indivíduos sobrevivem. Mas quais deles sobrevivem?
Darwin considerou um fato importante para responder a essa questão: os integrantes de uma mesma espécie não são idênticos. Isso é fácil perceber em uma sala de aula: há diferenças entre os alunos em relação à altura, peso, cor dos olhos, tipo de cabelo, formato de nariz, etc.
Darwin deu o nome de variabilidade às diferenças existentes entre os indivíduos da mesma espécie. Entre os organismos da mesma espécie, devem sobreviver os que forem adaptados.
A explicação darwinista para as longas orelhas dos coelhos seria assim:


4. Darwin x Lamarck
Esses dois cientistas atribuíam ao ambiente uma participação diferente no processo evolutivo.
Uma típica frase lamarckista seria:

“Pássaros têm asas para voar.”

A mesma situação seria escrita de modo darwinista assim:
“Pássaros podem voar porque têm asas”.

Explicações sobre o pescoço da girafa:
O pescoço das girafas: segundo Lamaarck
Segundo Lamarck, inicialmente a girafa tinha pescoço curto e comia vegetação rasteira. Uma alteração ambiental reduziu este tipo de vegetação , forçando o animal a procurar alimento nas árvores. Isso provocou o progressivo alongamento do pescoço. O aumento do pescoço foi transmitido, de geração em geração aos descendentes.
Assim, com o passar do tempo, o pescoço foi ficando progressivamente maior, até atingir seu comprimento atual.

O erro básico de Lamarck: “alterações em células somáticas não alteram as informações genéticas contidas nas células germinativas – gametas – e, portanto, não são hereditárias!!!”

Explicação de Darwin para o pescoço da girafa
Os ancestrais da girafa já apresentavam pequenas variações no comprimento do pescoço.
As de pescoço mais longo, conseguiram seu alimento no alto das árvores quando a vegetação rasteira escasseou. As de pescoço curto não sobreviveram.
O processo se repetiu ao longo das gerações, sobrevivendo apenas os indivíduos que apresentavam o pescoço longo.

CRÉDITOS AO BLOG BIOBLOGANDO

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